Luiz LUA Gonzaga

Biografia do Poeta João Silva em Cordel

 

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João Silva 

Sente aí num tamborete

No cordel preste atenção

O São João homenageia

Um poeta do Sertão

Que foi um grande parceiro

De Luiz, Rei do Baião.

 

De São João para João

Silva – vai esta homenagem

Como um criador de músicas

Traz no nome uma bagagem

Como vate retirante

Traz na história a coragem.

 

João Leocádio da Silva

No mês de Agosto nasceu      (16/08/1935)

Em uma casinha humilde

Que um rico abraço lhe deu

De Arcoverde às Caraíbas

A infância pura viveu.

 

Quando tinha nove anos

Os seus pais se separaram

O pequeno João com o pai

Para o Sertão viajaram

Chegando emSerra Talhada

Um ano após se mudaram.

 

Foram ao Sítio Olho D’água

No sertão paraibano

Pertencente a Ouro Velho

Foi agricultor “cigano”

Ouviu muitos violeiros

Do Cariri puritano.

 

Quando tinha treze anos

Retorna ao torrão natal

Vai morar nas Caraíbas

No ambiente fraternal

Sofrendo a falta da mãe

Que mudou pra capital.

 

Nesse tempo João passou

Por muita dificuldade

Com primos fez uma banda

De boa sonoridade

Quis abraçar o sucesso

Retirou-se pra cidade.

 

E saiu de Caraíbas

No ano cinqüenta e três

Foi procurar sua mãe

Que tanta saudade fez

Indo morar no Recife

Deixando o Sertão de vez.

 

Quando chegou ao Recife

Com sua mãe foi morar

Na oficina do padrasto

Na Várzea foi trabalhar

Sonhando a vida de artista

Nunca deixou de cantar.

 

Sempre freqüentando as rádios

Em programa cultural

Passou pela Rádio Clube

Cantou na Rádio Jornal

E entre vaias e aplausos

Foi na estrada musical.

 

Com o amadurecimento

O progresso foi ligeiro

João Calmon da Rádio Clube

Fez a carta e foi certeiro

Indicou João à Mayrink

Rádio no Rio de Janeiro.

 

João Silva pegou um trem

Foi embora para o Rio

Lá conseguiu a morada

E um emprego macio

Só depois que foi à Rádio

Concluir seu desafio.

 

 

Chegou na Mayrink Veiga

Procurou o radialista

De nome Arnaldo Amaral

E disse: Eu sou artista.

Mostrou a carta que o indica

Cantou, selando a conquista.

 

E no domingo seguinte

Na Rádio estava cantando

No ESSE NORTE É DEMORTE

Onde foi se apresentando

Daí começou a vida

Que tanto estava buscando.

 

João Silva conseguiu

Além da apresentação

O seu espaço na rádio

Fez muita programação.

De LPs d’outrosartistas

Trabalhou na produção.

 

Através de Marinês

João foi apresentado

Ao mestre Luiz Gonzaga

Que já estava interessado

Em conhecer João Silva

E cantar o seu legado.

 

Sim! Nasceu a parceria

Que parecia sem fim

Rendeu LPs emúsicas

Mas veio a morte ruim

Carregou o velho Lua

“NEM SE DESPEDIU DE MIM”.

 

Assim cantou João Silva

Com saudade do amigo

E quando ouvia Gonzaga

Na lembrança tinha abrigo

Pra saciar a metade

Que não cantava consigo.

 

Continuou trabalhando

Pra fugir da nostalgia

E com o Trio Juriti

Teve nova parceria

E o livro Mestre João Silva

Do escritor Zé Maria.

 

 

Hoje o poeta João Silva

Compositor de estrutura 

Baluarte nordestino

Recebe da Prefeitura

Do Recife esta homenagem

No São João pela bagagem

Musical que tem cultura.

 

 

 

O autor do cordel é o sertanejoJunior do Bode, estudante, trabalhano Memorial Luiz Gonzaga da Prefeitura do Recife, tem diversos cordéis publicados,participou de varias coletâneas poéticas e publicou o livro Cuiade poeta cego / Tem verso de toda cor.

 

        Contato com o autor:        juniordobode@gmail.com