(Guio de Moraes e Haroldo Barbosa)
Ai, de dá, ai de dá
A ligeira dá canseira
Pra quem não saba dançar
Ai, de dá, ai de dá
A ligeira só é boa
Pra quem sabe apreciar
Nhem, nhem, nhem
Eu dancei uma ligeira
Num forró no Ceará
De culote e de peneira
Porque eu era militar
Tinha cara me espiando
Pra depois me debochar
Inventei um floreado
Fiz tanta admiração
Que apesar de ser soldado
Me chamavam de capitão
Quem me deu uma canseira
Foi a moça do lugar
Fez uns passos na ligeira
Querendo me embaraçar
Rebatí logo na hora
Cum a circunvolução
Levantei tanta poeira
Que assombrei o pavilhão
O meu nome é Zé Pereira
Me chamavam furacão
Mas eu fiz uma besteira
Me menti a namorar
Um vintém bateu no outro
Fez tirím, tirím, tá, tá
Comecei na brincadeira
Terminei no pé do altar
Sendo chefe de família
Sete filhos pra criar
Quando garro na ligeira
Hoje eu vou mais devagar
A FESTA; 1981; RCA