Luiz LUA Gonzaga

Dominguinhos Participa de encontro em Teresina

Dominguinhos participou no último dia 6 de novembro em Teresina-PI de um encontro memorável com João Cláudio Moreno, Waldonys e Adelson Viana.  João Cláudio, anfitrião do evento compartilha conosco um depoimento emocionante sobre esse encontro com o mestre da sanfona.

 

Por João Cláudio Moreno: 

Quando falo ou penso em Dominguinhos é  difícil que a minha dureza ou descrença não venha abaixo. Basta trazer à mente a imagem dele, cheia de  gestos vagarosos mas muito expansivos, o sorriso muito derramado.Até quando não ri parece que  ele dá umas gargalhadas com os olhos.Fico muito emocionado vendo, ouvindo ou falando de Dominguinhos. Penso assim: Aí está um artista que a vida e suas circunstâncias não conseguiram tirar do eixo. Gênio para mim  é o homem que não perde o eixo, nem o foco e nem suas raízes. Nos encontramos frente a frente pela primeira vez em 1989 no enterro de Luiz Gonzaga, eu era o menino que foi buscar a chave pra abrir o cemitério: É que ele ia tocar em cima do túmulo para uma reportagem de  Beatriz castro da TV Globo. Em 1990  subimos juntos num palco em Piripiri. 

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Meu nervoso era tanto que ele deu um acorde num tom e eu entrei noutro cantando " Depois da Derradeira", o Waldonys que na época só tinha 17 anos me salvou e cobriu o tom do mestre pra que eu me situasse. Já participei de disco dele, ele também de um meu, já fizemos inúmeros shows juntos, nos encontramos sempre. Invariavelmente telefono no aniversário para dar os parabéns e desejar saúde, proteção, iluminação e faço isso com o coração de quem o ama mesmo, de retorno ouço sempre uma coisa engraçadíssima, tão sutil que é preciso ter espírito para pegá-la. 21 anos já se foram e a bondade dos produtores Napoleão Filho E luiz Gustavo me fizeram participar desse encontrão  juntamente com Waldonys e Adelson Viana hoje na plêiade dos maiores sanfoneiros do Brasil.  4 horas ou mais de sanfona. Ninguém sentou, ninguém cansou, nem viu o tempo passar. Eu voltei pra casa com os olhos de Dominguinhos brilhando nos meus, pensando assim: É manso quem sabe suportar o próximo e sofrer-se a si mesmo. Nisso transforma toda dor em  harmonia.

João Cláudio Moreno