Luiz LUA Gonzaga

Pai Nosso

( Janduhy Finizola)

 

Pai Nosso

Que estais no céu do sertão

Santificado

Quem vive sobre esse chão

 

Sertanejo faz oração

É sofrido, é vivido de solidão

Nas quebradas, nos tabuleiros

Só pensa que a vida está sem razão

Passa o vento, redemoinho

Que roda e acorda desilusão

 

O pão nosso

De cada dia nos guia

Nos consola e transforma em coisas do dia

Sertanejo planta a semente

Que  a terra não pode plantar

Foi o amor que fez o homem

Plantar nessa terra, o perdão

Na poeira dos caminheiras

A marca de uma vida de arribação } bis

 

Perdoai o vaqueiro, Meu Senhor

Que ele sempre nas contas lhe perdoou

Na caatinga, o caminho, a solução

A lição, a ilusão, a conformação

Que não caia o vaqueiro em tentação

Nem lhe traga perdição, maldição

Corre o tempo e o vento pro fim do mundo

O cavalo abalou, desembestou

Acabou minha vida de vaquejada

DENGO MAIOR; 1978; RCA