Luiz LUA Gonzaga

Pobreza por Pobreza

(Gonzaguinha)

 

 

Meu sertão vai se acabando

Nessa vida que o devora
Pelas trilhas só se vê gente boa indo embora
Mas a estrada não terá o meu pé pra castigar 
Meu agreste vai secando 
E com ele vou secar
Pra que me largar no mundo se nem sei se vou chegar
A virar em cruz de estrada
Prefiro ser cruz por cá
Ao menos o chão que é meu 
Meu corpo vai adubar
Ao menos o chão que é meu 
Meu corpo vai adubar

 


Se doente sem remédio, remediado está
Nascido e criado aqui
Sei o espinho aonde dá
Pobreza por pobreza 
Sou pobre em qualquer lugar
A fome é a mesma fome que vem me desesperar
E a mão é sempre a mesma que vive a me explorar
E a mão é sempre a mesma que vive a me explorar
Se doente sem remédio, remediado está
Nascido e criado aqui
Sei o espinho onde dá
Pobreza por pobreza 
Sou pobre em qualquer lugar
A fome é a mesma fome que vem me desesperar
E a mão é sempre a mesma que vive a me explorar {BIS

 

CANAÃ; 1968; RCA VICTOR